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Grécia aprova plano de Austeridade;Tumulto toma conta de Atenas http://bit.ly/grzGZo | @Reinaldo_Cruz @Assuntosdegoias

O Parlamento grego aprovou ontem o plano econômico de austeridade solicitado pelos credores do país com o qual se ativará o resgate financeiro da Grécia e sua manutenção na zona do euro.
Após uma noite caracterizada por violentas manifestações contra a austeridade em Atenas, o programa econômico foi adotado por maioria de votos, pouco antes da 1h (21h de Brasília).

O projeto de lei de austeridade estabelece 3,3 bilhões de euros (US$ 4,35 bilhões) em cortes de pensão, remunerações e emprego como contrapartida para um pacote de resgate de 130 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional - o segundo da Grécia desde 2010.
A Grécia precisa dos fundos antes de 20 de março para atender o pagamento da dívida de 14,5 bilhões de euros e o projeto de lei suscitou a ira nas ruas e tumultos dentro do governo de coalizão.

O plenário começou a sessão às 14h30 locais (10h30 de Brasília) e a votação estava prevista para terminar à meia-noite (20h em Brasília). Os deputados responderam a três perguntas, sobre o plano de quitação de 100 bilhões em dívidas privadas, a recapitalização dos bancos e o polêmico ajuste financeiro que é exigido pelos negociadores.

Premiê

Pouco antes da votação crucial para o país e a zona do euro, o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, disse que os deputados gregos "assumirão sua responsabilidade" e "definirão a escolha mais importante" para a Grécia, que é "avançar com a Europa e a moeda única".

"A violência e a destruição não têm lugar em uma democracia", completou o premiê, ao se referir às violentas manifestações ocorridas na capital grega ontem à noite contra o programa econômico apresentado para análise dos deputados.

Em seu terceiro discurso, o premiê falou sobre a importância de suas decisões: "avançar com a Europa e a moeda única" ou levar o país à "miséria, à bancarrota, à marginalização e à exclusão do euro".
Papademos também advertiu que a não aprovação do pacote forçaria a Grécia a declarar a moratória, o que "levaria o país por uma aventura desastrosa". "O custo social deste programa é limitado em comparação com a catástrofe econômica e social que aconteceria se não o adotássemos", disse.

Uma eventual moratória pode prejudicar a estabilidade financeira da Europa e levar até mesmo à desintegração do euro. No entanto, muitos gregos acreditam que já economizaram tudo o que podem e não conseguem lidar com mais cortes.
O plano prevê medidas de austeridade em troca de um novo resgate financeiro do país por parte de seus credores institucionais e uma operação de eliminação da dívida por parte dos credores privados.

O premiê lembrou que os objetivos do plano são o saneamento das finanças públicas, o retorno da competitividade do país e o reforço de seu sistema bancário.

Valor

3,3 bilhões de euros é o valor estabelecido pelo pacote de medidas de austeridade grego em cortes de pensão, remunerações e emprego.
Em Atenas, milhares de pessoas começaram a se dirigir no início da tarde de ontem à Praça Sintagma diante do Parlamento. Para dispersar os manifestantes, a Polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo.

Na capital, seis pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas, durante confrontos entre forças antidistúrbios e grupos de jovens nas ruas adjacentes à Praça Sintagma, segundo fontes do Ministério da Saúde.
Cinemas, cafés e lojas foram incendiados, enquanto a Polícia tentava conter manifestantes mascarados que contestavam os planos de austeridade.

Um imóvel de um andar foi incendiado no Centro da capital e outros 10 edifícios vazios estavam em chamas por conta do lançamento de coquetéis molotov, segundo os bombeiros.
Os incidentes ocorreram quando um grupo de manifestantes pressionou para romper um cordão policial colocado em torno da Assembleia Nacional, e a Polícia respondeu imediatamente lançando bombas de gás, segundo as autoridades gregas.


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Valor Econômico